para Tita, que fez a última estrofe, mote desse poema.
às vezes tenho vontade
de dividir tudo em gavetas
compartimentadas
prosa, poemas
músicas
imagens bonitas
disto, daquilo
paradas e em movimento
eu tento
coisas minhas e alheias
tudo num arquivo único
(catalogadinhas)
que de físico
se transmutasse
em virtual
não envelhecesse
não juntasse pó
não se perdesse
não cessasse
mas a vida é essa
bagunça sem fim
que borbulha
queima, arde, uiva
que é bonita assim
porque se tudo fosse
simples como estudar
na porta de casa
nada teria graça.