entro no meu quarto
carregando o peso de um dia quente que termina.
o estômago tá vazio, a cabeça dói...
a cachorra me recebe cabisbaixa
mostrando o que sobrou de um jornal velho e do fio do telefone.
a cama ainda por fazer traz o cheiro da noite passada
do choro contido
da trepada inusitada e dormente
das poucas horas dormidas...
me atiro na poltrona vermelha de couro gasto
respiro fundo
penso num bom banho
só que o cansaço me amortece.
deixo-me então ali
tiro meu all-star
e o ar se torna inconfundível.
se eu fumasse, acenderia um cigarro.
* março de 2008
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