23 abril 2010

Panul

Preparava uma macarronada ao alho e óleo,
sozinha,
para brindar à taça nova.

Na agitação por não saber se sairia
ou se ficava em casa,
enquanto a cebola e o alho queimavam no fogo,
percebi que tudo o que queria era ficar quieta, calada
na presença de alguém.........................agora distante
no espaço e no tempo.

Na taça nova,
o vinho era o mesmo de outrora,
aquele que, numa Curitiba fria,
embalou cheirinhos na barba e
carinhos ao pé do ouvido.

Era o mesmo gosto de abraço
de braços entrelaçados;
a mesma textura de sorrisos,
risadas, gargalhadas;
o mesmo calor de alguns passos de tango,
e de trepadas engraçadas.

Era um vinho que hoje enxugou algumas lágrimas
de um coração encharcado de amores simultâneos.

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