19 setembro 2010

rejeitas_rejeito

.....Depois de muito bater com a cabeça na parede, finalmente uma palavra aparece: rejeição. Tudo foi superado, a ausência, a saudade, a falta de carinho, a falta do cheiro, do dia-a-dia... o passado finalmente ocupou seu devido lugar na linha do tempo, o passado está no passado e não insiste mais em permanecer no presente; o passado passou. Depois de o ver, após muito tempo sem vê-lo, isso se confirma. Só o que não passa é o sentimento de rejeição. Aquela rejeição em específico está também no passado; não há mais o desejo de aceitação por parte daquele outro que te rejeitou há uns pares de meses. O que há é o temor da rejeição, o pânico, o descontrole, a carência que um não te causa, qualquer que seja ele, ínfimo, quase invisível, não importa o tamanho, você se sente a pessoa menos quista do mundo, sua ausência para o outro, enquanto você o queria presente, te assusta muito. E enquanto tudo se desenrola, enquanto o pânico está em ti e te faz agir de forma absolutamente estúpida, você tem plena consciência do ridículo da situação, mas não consegue parar. Pânico. Pane. Tudo te falta. Menos a consciência do absurdo. Aí, além da rejeição alheia, passa a existir a tua própria, tudo se agrava e nada te faz parar. O botão off se esconde. A cena que fica na TV é a de pedras gigantes rolando no asfalto. E no fim, quando elas se vão, quando não há outras a rolar, você se levanta debilitada, tentando conter o sangramento dos esfolados, que estão pelo corpo todo. E mesmo assim, toda machucada, ainda consegue pensar que isso um dia vai passar, que um dia vai conseguir desviar das pedras ou correr delas antes que apareçam. E aí não vai mais precisar deste texto de auto-ajuda.

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