16 abril 2012

Interlúdio/interdito

No sonho, eu tinha nas mãos uma caixa com alguns pertences  teclado de computador, umas peças de roupas e outros mais que não vi. Já tínhamos nos despedido, mas voltei para lhe devolver algo, que por engano estava na caixa. Enquanto lhe entregava, as lágrimas por debaixo dos meus óculos de sol azuis se intensificaram e você as notou. Perguntou se eu chorava, abaixando-se para ter certeza. Comovido, abraçou-me. Como não faziam havia muito, nossas bocas instintivamente se tocaram e ficaram, enquanto sua mão direita, que ostentava uma aliança prata, apertou de leve minha bunda. Por alguns segundos, a gravidade desapareceu, meu peito explodia sorrisos e você fazia desaparecer a pessoa que, de dentro do carro, carregava a outra aliança. Então, ela desceu vomitando, você foi acudi-la e eu, pelos portões de ferro do pombalzinho, rodeada de cachorros, voltei à minha vida medíocre. 

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